O curto circuito é um evento violento, mesmo quando ocorre em instalações elétricas domésticas, que demandam uma potência modesta. Ocorre devido o contato de dois condutores com potencial diferente, por exemplo, dois fios que chegam aos contatos carregados de uma tomada.

Quando ocorre o contato entre condutores (entre fases, ou de uma fase com o neutro), um caminho fechado mais curto para a corrente elétrica se estabelece através daquele ponto, o que faz com que a resistência elétrica percebida pela fonte seja baixíssima, e desta maneira, a corrente elétrica assume um nível elevadíssimo, muito superior ao que costuma ter com equipamentos ligados. Com uma corrente tão alta, acaba sendo liberada energia na forma de calor, com faíscas, derretimento dos metais condutores e formação de arco elétrico.

Se uma instalação elétrica não possui as proteções necessárias, como disjuntores ou fusíveis adequados, é provável que o curto circuito permaneça sendo alimentado, liberando grande quantidade de calor, e possivelmente, o princípio de um incêndio. Estes eventos também são extremamente perigosos para pessoas envolvidas, pois o calor e materiais incandescentes ejetados podem causar sérias queimaduras em pessoas expostas, inclusive provocar cegueira.

Na ocorrência do curto circuito é comum que surjam sinais enegrecidos e cheiro de fiação queimada, mas nem sempre o ponto do defeito estará visível. Se ocorrer um problema em sua instalação elétrica que resulta no desarme do disjuntor, a causa pode ser uma sobrecarga ou um curto circuito. A proteção contra as sobrecargas atua de forma lenta, demora alguns segundos ou minutos para ser acionada. Quando se tratar de curto circuito, entretanto, a proteção atua de forma quase instantânea.

Por vezes será possível reconhecer também um ronco ou zumbido na instalação ao tentar religar o disjuntor sobre o curto circuito. Se isto ocorrer não insista, só se deve religar o disjuntor novamente depois que o problema for localizado e resolvido.

Algumas atitudes são fundamentais para prevenir o curto circuito, entre elas:

• Evite sobrecarregar tomadas com o uso de benjamins ou tês.
• Na sobrecarga da fiação (que ocorre por bitola da fiação menor que o necessário), ocorre aquecimento, que pode proporcionar derretimento dos materiais isolantes e provocar o curto circuito. Evite sobrecargas e realize manutenções preventivas;
• Emendas e conexões na fiação devem ser feitas com técnicas e materiais apropriados;
• Quando realizar reparos ou manutenção, evite movimentar condutores energizados;
• Em quadros de distribuição ou caixas metálicas, o contato elétrico entre um condutor de fase e o invólucro provocará curto circuito. A má instalação dos condutores, falta da utilização de acessórios de fixação, e descuidos ao realizar manutenções (como troca de disjuntores) pode ocasionar essa situação.
• Ferramentas utilizadas por eletricistas devem possuir coberturas isolantes, prevenindo choques e dificultando deslizes que resultem em curto circuito. Nas chaves de fenda, por exemplo, é recomendável que toda a extensão da haste seja coberta por isolação, exceto a ponta.
• Na conexão da fiação do chuveiro, utilize conectores isolados em porcelana, eles possuem melhor resistência ao aquecimento que conectores termoplásticos, que costumam derreter.

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