A necessidade de economizar energia e recursos naturais leva pesquisadores e estudiosos a desenvolver novas tecnologias que promovam esses benefícios. Entre essas tecnologias estão os cabos supercondutores, que podem ter o solo brasileiro como pioneiro na implantação dessa nova rede de abastecimento de energia elétrica.
A supercondutividade é um fenômeno físico que ocorre a nível atômico e molecular mediante baixíssimas temperaturas, próximo do zero Kelvin (-273 ˚C). A descoberta de Heike K. Onnes, em 1911, foi de que o mercúrio, em temperatura próxima a -269 ˚C apresentava resistência elétrica zero, isto é; seria possível nestas condições conduzir eletricidade sem perdas energéticas, pois o material não apresenta resistência à passagem de corrente.
No decorrer dos estudos científicos, foram verificados materiais nos quais o comportamento supercondutor ocorria a temperaturas um pouco mais elevadas. Por fim, nos anos 90 têm-se a descoberta de materiais nos quais o fenômeno ocorria em temperaturas próximas a -123 ˚C, facilitando bastante a aplicação prática destas propriedades, uma vez que o nitrogênio líquido é obtido a -195 ˚C.
Os materiais que apresentam supercondutividade acima do ponto de ebulição do nitrogênio são denominados supercondutores de alta temperatura, e prometem aplicações fantásticas para a transmissão de energia elétrica, na qual as perdas de energia são consideráveis. Cabos supercondutores, mesmo com a necessidade de energia para manter o seu resfriamento, podem prevenir as perdas por efeito Joule (aquecimento devido a resistência elétrica) e também possibilitar a compactação de sistemas que utilizam grande quantidade de cabos de bitola larga. A capacidade de condução aumentada desses cabos é 3 a 10 vezes superior aos cabos convencionais.
Embora os cabos supercondutores ainda estejam muito mais associados aos laboratórios da alta tecnologia do que à atividade de transmissão de energia elétrica, empresas do setor no Brasil, como a CEMIG, já começaram a investir na implantação desta inovação.
O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), órgão vinculado a Eletrobrás, realizou em maio deste ano um seminário intitulado “Tecnologia de Cabos Condutores Para Transmissão e Distribuição”. O evento foi promovido em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e organizado pelo centro, com a intenção de discutir as técnicas relacionadas, a viabilidade e a implantação de planta piloto no Brasil.
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